Zero a zero
- Tamiris Júlia

- 15 de jul. de 2018
- 1 min de leitura

Pois bem, estava escuro. As chamas que queimavam meu corpo foram lentamente apagadas na chuva noturna. Eu me sentei na cama e abri o notebook. O monitor exibia um placar: 0 x 0.
Senti o cheiro de Whisky familiar, ele estava ali novamente.
– Olá, de novo, criança. Então estamos zerados?
– Rá! Eu ganhei! – comemorei irracionalmente guiada pela adrenalina.
– Não... Você não ganhou.
– Ganhei sim! Você queria que eu cedesse a você! Eu fui firme e...
– Não ouve ganhadores criança! O meu maior desejo era ver-te feliz minha querida. O amor, a emoção, as coisas que vem do coração, nada disso é sobre quem ganha ou perde, mas sim sobre a alegria e o contentamento de se sentir uma força adicional no ser completo e incrível que você já é. Mas, se ao contrário, essas coisas começam a tirar do seu ser a magnificência, você deve esquecer. Deve zerar o placar.
– Eu desisto de sentir tais coisas. Se puder, por favor, tire esses sentimentos de mim, leve meu coração.
– Minha querida, o amor de verdade está por aí. Um sem competições, um sem abusos, um sem sofrimento, um amor livre e leve. Você o achará ou se não eu não me chamo Emoção. Prometo-lhe, seu placar ficará vermelho e empatado, se confiar em mim. Você confia?
– O inimigo do meu inimigo é meu amigo. Não é assim que falam?
E então a paz reinou, as chamas não ameaçaram mais me tomar e pude novamente ver os momentos com suas cores vivas originais.




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